Paulo reconhecia sua fraqueza, e bem podia duvidar de sua
força. Referindo-se à lei, ele diz: "E o mandamento que era para vida,
achei eu que me era para morte." Rom. 7:10. Ele confiara nas obras da lei.
No tocante à sua vida exterior, declara que, "quanto à lei", era
"irrepreensível"; e punha a confiança em sua própria justiça. Mas quando
o espelho da lei foi colocado diante dele, e viu a si mesmo como Deus o via,
cheio de faltas, manchado pelo pecado, exclamou: "Miserável homem que eu
sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" Rom. 7:24.
Paulo contemplou o Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo. Ouviu a voz de Cristo dizendo: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a
vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim." João 14:6. Resolveu apossar-se
dos benefícios da graça que salva, estar morto para as transgressões e pecados,
ter a culpa removida pelo sangue de Cristo, ser revestido da justiça de Cristo,
tornar-se um ramo da Videira que vive. Andava com Cristo, e Jesus tornou-Se
para ele - não uma parte da salvação, enquanto suas boas obras eram a outra
parte - mas o seu tudo em todos, o primeiro e o último, e o melhor em tudo.
Tinha a fé que extrai vida de Cristo, que o habilitava a harmonizar a vida com
a do Exemplo divino. Essa fé nada reivindica para o seu possuidor devido a sua
justiça, mas tudo reivindica em virtude da justiça de Cristo.
No evangelho é retratado o caráter de Cristo. Ao descer
passo a passo de Seu trono, Sua divindade foi coberta pela humanidade; mas em
Seus milagres, doutrinas, sofrimentos, traição, zombaria, julgamento, morte por
crucifixão, sepultura entre os ricos, ressurreição, quarenta dias sobre a
Terra, ascensão, triunfo, sacerdócio, há inexauríveis tesouros de sabedoria,
registrados para nós por inspiração na Palavra de Deus. As águas da vida ainda
fluem em copiosas torrentes de salvação. Os mistérios da redenção, a fusão do
divino e do humano em Cristo, Sua encarnação, sacrifício e mediação serão
suficientes para abastecer mentes, corações, línguas e penas de assuntos para
reflexão e expressão por todo o tempo; e o tempo não será suficiente para
esgotar as maravilhas da salvação; mas, pelos séculos eternos, Cristo será a
ciência e o cântico da pessoa redimida. Novas manifestações da perfeição e da
glória de Deus na face de Jesus Cristo estarão se desdobrando incessantemente.
E agora precisa haver perfeita confiança no Seu mérito e graça; deve haver
desconfiança de si mesmo e viva fé nEle. Signs of the Times, 24 de novembro de
1890.
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